segunda-feira, 23 de abril de 2012

Texto de Apoio ao Professor - "Olga"

Formação da ANL.
         No Brasil, a recém-constituída Aliança Nacional Libertadora (ANL), organização política de âmbito nacional liderada pelo PCB e fundada oficialmente em 12 de março de 1935, tornou-se uma ampla frente da qual participaram socialistas, comunistas, católicos e democratas.
         Escolhido como presidente de honra da ANL, Prestes divulga, em julho de 1935, um manifesto incendiário, exigindo o fim do governo Vargas. Aproveitando a oportunidade, Getúlio declara a ANL ilegal, mas não impede que ocorra
Intentona Comunista.
      No dia 5 de março de 1936, Prestes foi preso, juntamente com Olga. Em setembro do mesmo ano, Olga, em adiantado estado de gravidez, foi entregue a agente do governo nazista alemão. A filha do casal, Anita, nasceu na prisão, na Alemanha, em 27 de novembro seguinte e, após grande campanha desencadeada pela mãe de Prestes, Anita foi entregue à avó. Olga Benário viria a falecer numa câmara de gás do campo de concentração de Bernburg, em abril de 1942. 
A Internacional Comunista

A Internacional Comunista é o nome dado a vários movimentos comunistas de cunho multinacional. O mais famoso foi à chamada "Terceira Internacional" também chamado de "Comintern".
         A história da Internacional Comunista remonta a 1864, quando foi criada a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), integrada por organizações operárias de diversos países europeus. O mentor e principal líder da AIT era Karl Marx. A repressão e as crescentes divergências internas enfraqueceram a organização, que acabou sendo extinta em 1876.
         Treze anos depois, em 1889, foi criada em Paris a Segunda Internacional dos Trabalhadores. Sua direção seguia a doutrina marxista, mas encontravam-se presentes em seu interior diferentes correntes do movimento operário. Até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, a luta contra a guerra foi uma das principais bandeiras da Internacional. Com o desenrolar do conflito, entretanto, as divergências vieram à tona e terminaram por enfraquecer a unidade da associação.
         Em 1919, logo após a vitória dos comunistas na Revolução Russa, foi criada a Terceira Internacional, ou Internacional Comunista, ou ainda Komintern. Seu principal objetivo era criar uma União Mundial de Repúblicas Soviéticas. Dominada pelo Partido Comunista da União Soviética, a Internacional emitia diretrizes que deveriam ser seguidas por todos os seus filiados.
         Foi no verão de 1923, em Munique, sua cidade Natal, que Olga aos quinze anos de idade ingressou na Juventude Comunista e já na primeira tarefa que lhe deu, ela mostrou aos garotos do Schwabing que não estavam diante de uma burguesinha entediada. Militante convicta, Olga rompeu com a família e mudou-se para Berlim, capital do comunismo alemão, onde permaneceu por um tempo sob a identidade de Frieda Behrendt ao lado do namorado Otto Braun.
         Mudou-se para Moscou onde manteve intensa atividade no Exército Vermelho e durante o Quinto Congresso da Juventude Comunista Internacional foi aclamada membro do seu Presidium e, escolhida pelo Comintern entre centenas de jovens comunistas para fazer o curso de pilotagem de aviões na Academia Zhukovski da Força Aérea, sediada em Moscou. Foi na Academia que Olga ouviu falar da Coluna Prestes e se encantou com a história chegando a imaginar a possibilidade de estar no Brasil.
         Olga não imaginava que Prestes se encontrava em Moscou naquele momento e que ela iria ser designada para ir com ele ao Brasil cuidar de sua segurança pessoal, já que Prestes havia conseguido o apoio da Internacional Comunista para comandar uma revolução popular no Brasil.
         Olga partiu com Prestes nos últimos dias do ano de 1934, os dois disfarçados como um rico casal de portugueses em lua de mel, Senhor e Sra. Villar. Clandestinos eles evitaram passar pela Polônia, Tchecoslováquia e Alemanha, por isso fizeram um itinerário longo passando pela França, Lisboa, Nova Yorque, Miami, Cuba, Panamá, Equador, Peru, Chile, Buenos Aires e Uruguai, de onde pegou um avião para o Brasil.
         Já emocionalmente envolvidos, Olga e Prestes chegaram ao Brasil, porém não vieram sozinhos, pois um pequeno e seleto grupo de estrangeiros fizera viagens tão discretas e sinuosas como a do casal Vilar, todos com o mesmo destino: Rio de Janeiro, Brasil. Alguns vieram acompanhados de suas esposas, nem todos viajavam com o mesmo nome e os que não se conheciam pelo menos já tinham ouvido falar uns dos outros. Uma identidade comum os unia: eram todos comunistas, todos revolucionários profissionais a serviço do Comintern e vieram todos para o Brasil fazer a revolução. Eram eles: os alemães Arthur Ewert e sua mulher Elise ou Sabo (viajaram com os nomes de Harry Berger e Machla Lenczycki), o jovem americano Victor Allen Barron (técnico em radiocomunicações), o casal belga Alphonsine e Léon-Jules Vallée (responsáveis pelas finanças e assessores políticos), os argentinos Rodolfo Ghiold e sua mulher Carmen (assessores políticos, ele sob o nome de Luciano Busteros) e os alemães Franz Paul Gruber e sua mulher Erika (ele especialista em explosivos e sabotagem, ela datilografa e motorista).
No Brasil a revolução contava ainda com o apoio e o entusiasmo de Antonio Maciel Bonfim (o Miranda), secretário-geral do partido que conseguira derrubar a incredulidade do secretário do Comintern Dmitri Manuilski e do Capitão Agildo Barata.
Na década de 20, o Movimento Revolucionário da recém-fundada Aliança Nacional Libertadora ganhava adeptos das classes desfavorecidas da sociedade da época. Prestes acreditava que o programa nacionalista da ANL atrairia o apoio das massas e também da pequena burguesia, mas Vargas foi mais rápido e no dia 11 de julho de 1935 o presidente recorrendo à Lei de Segurança Nacional decretava a ilegalidade da ANL. O golpe abalou o movimento, mas não os fez abandonar seu projeto.
A despeito dos fatos informarem o contrário, Prestes considerava que a evolução estava próxima... Jornais conservadores denunciavam a presença de Prestes em vários pontos do país.
Decidiram o plano da revolução. Prestes despachou mensageiros para todas as guarnições onde havia oficiais aguardando ordens para o início do levante. Decidiu também que era necessária uma nova casa para ele e Olga, na zona norte, mais próxima ao complexo da Vila Militar. Mandou Miranda orientar Barron, para por o rádio em funcionamento a fim de poderem informar ao Comintern a decisão do levante. No momento que os revoltosos tomassem as unidades, poucos minutos seriam suficientes para que Prestes assumisse, da Vila Militar, o controle de toda a Nação.
Prestes redigiu um manifesto informando sobre seus propósitos e convocando a população à adesão. Pela primeira vez se admitia sua presença no Brasil. Ele e Olga se mudaram para a casa nova. À noite do dia 26 de novembro, Barron ligou a estação de rádio e transmitiu ao Comintern a decisão sobre a eclosão do levante. A revolução comunista brasileira começaria às 3 horas da madrugada do dia 27 de novembro.
Na prática, a revolução começou às 3h e foi abandonada às 13h. Nenhuma das guarnições da Vila Militar se levantou. A revolta ficou restrita ao 3º Regimento de Infantaria, e foi sufocada em poucas horas.
O movimento foi sufocado, os integrantes da insurreição foram presos e submetidos à tortura. Prestes também foi preso junto com Olga, porém ela logo foi deportada para a Alemanha onde morreu em 1942 no campo de concentração de Bernburg. E em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, a Internacional Comunista foi dissolvida com a finalidade de tranquilizar os aliados ocidentais da União Soviética.


Refugiados judeus no Navio St. Louis – Porto da Antuérpia (Bélgica), 17 de Junho de 1939.os




Câmara de Gás.




“No início de 1940 Auschwitz era apenas uma pequena cidade com aproximadamente treze mil habitantes na Alta Silésia alemã”. Porém, no mês de maio desse mesmo ano iniciaram-se em suas cercanias as edificações de um "campo de trânsito" para receber dez mil prisioneiros poloneses.
         Nos anos seguintes, com o agravamento da guerra, Auschwitz converteu-se no centro de um conjunto de quase quarenta campos e sub campos e sede de um extenso complexo agrícola e industrial (minas, petroquímica e fábricas de armas) onde trabalhavam inúmeros prisioneiros — principalmente poloneses e judeus — ao lado de trabalhadores civis.
         Como tem sido comum em tempos de guerra e de propaganda bélica, a partir daqueles dramáticos fatos se engendraram múltiplos rumores. Até ao final da guerra e, sobretudo nos meios judaicos fora da Polônia, propagou-se que os alemães praticavam o assassinato sistemático de prisioneiros em Auschwitz seguindo ordens de Berlim. Segundo estes rumores os nazistas haviam instalado “fábricas da morte” especificamente para eliminar os judeus; dissecavam vivos os prisioneiros (vivissecção); queimavam-nos vivos em fossas, ou nos altos fornos, ou nos crematórios; ou ainda, antes de os queimarem, gaseavam os judeus em matadouros químicos chamados de “câmara de gás”. “Em todos estes rumores descobrem-se determinados mitos da Primeira Guerra Mundial.”

Faurisson, Robert. Auschwitz: os fatos e a lenda. http://www.alfredo-braga.pro.br/discussoes/auschwitz.html  acessado em 25/04/2012.

 Holocausto







O significado moderno do Holocausto é o da perseguição e extermínio sistemático, apoiado pelo governo nazista, de cerca de seis milhões de judeus. Os nazistas, que chegaram ao poder na Alemanha em janeiro de 1933, acreditavam que os alemães eram "racialmente superiores" e que os judeus eram "inferiores", sendo uma ameaça à autointitulada comunidade racial alemã. No filme temos imagens de Olga no campo de concentração, demonstrando o seu cotidiano, a liderança e o sofrimento dos judeus. Como podemos perceber no diálogo a seguir:
“Olga: Onde encontro uma vassoura, esse barracão está imundo? Ajude-me Hannah. Vamos limpar isso aqui?
Hannah: De que adianta? Olga.
Olga: Se não cuidarmos de nós mesmas, os nazistas farão de nós o que quiserem. Eles pensam que não sentimos mais nada, que não somos nada. Sem passado, sem presente, sem futuro. Estamos todas nos mesmo barco e se quisermos ser tratada com dignidade, temos que primeiro nos comportarmos como seres humanos e não como animais. Eu não vou aceitar isso! Vocês vão? Vocês vão?” (trecho do filme Olga).
 
Em 1933, a população judaica europeia era de mais de nove milhões de pessoas. A maioria dos judeus europeus vivia em países que a Alemanha nazista ocuparia ou viria a influenciar durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1945, os alemães e seus colaboradores já haviam assassinado dois entre cada três judeus europeus, em uma operação por eles denominada "Solução Final", que era a política nazista para matar todos os judeus. Também foram criadas as leis de Nuremberg que definiam legalmente como distinguir os judeus, segundo critério não religioso: assim são considerados judeus todos os que tenham três ou quatro avôs judeus. Seus direitos à cidadania alemã são suspensos e são proibidos de se casarem com outros alemães. Muitos foram exterminados no Programa Eutanásia.
Os campos de concentração tornam anônima a própria morte, o primeiro passo é matar a pessoa moral do homem e só depois de muita tortura é que se extermina o corpo. Pode se dizer que esse mal radical surgiu em relação a um sistema no qual todos os homens se tornaram supérfluo. No nazismo encontramos a noção de uma “seleção racial” que não pode parar e que exige o extermínio dos inferiores.
Após o Holocausto muitos sobreviventes encontraram abrigo nos campos para deslocados de guerra (DP) administrados pelos poderes Aliados. Entre 1948 e 1951, cerca de 700.000 sobreviventes emigraram da Europa para Israel. Muitos outros judeus deslocados de guerra emigraram para os Estados Unidos e para outras nações, tais como o Brasil. O último campo para deslocados de guerra foi fechado em 1957. Os crimes cometidos durante o Holocausto devastaram a maiorias das comunidades judaicas da Europa, eliminando totalmente centenas destas comunidades centenárias.
Referência:
ARENT, Hannah. O totalitarismo no poder. In: Origens do totalitarismo: Antissemitismo, imperialismo, totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

Para saber mais sobre o sionismo ver: http://vho.org/aaargh/fran/livres6/sionismoXnazismo.pdf


Navio parte de Hamburgo em 13 de maio de 1939, transportando 930 refugiados judeus. É forçado a retornar para a Europa, depois que Cuba, Estados Unidos e Canadá recusam visto de entrada aos passageiros. Da Antuérpia viajam para outros países. Entre 1938-1939 mais de 30 mil judeus fogem da Alemanha para a Holanda. fonte:  http://www.annefrank.org

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