terça-feira, 19 de junho de 2012

Cabra Marcado Para Morrer - Resenha.






CABRA MARCADO PARA MORRER
Direção: Eduardo Coutinho.
Ano de produção: 1962 – 1984
Lançamento do filme: 1984
Editora: Globo filmes
Duração do filme: 154 minutos
Narração: Ferreira Gullar, Tite Lemos e Eduardo Coutinho
ELENCO: Elisabeth Teixeira e família, João Virgíneo da Silva e os habitantes de Galiléia (Pernambuco).

Eduardo de Oliveira Coutinho nasceu em São Paulo, 11 de maio de 1933, é cineasta, considerado um dos mais importantes documentaristas da atualidade. Seu trabalho caracteriza-se pela sensibilidade e pela capacidade de ouvir o outro, registrando sem sentimentalismos as emoções e aspirações das pessoas comuns, sejam camponeses diante de processos históricos (Cabra Marcado para Morrer), moradores de um enorme condomínio de baixa classe média no Rio de Janeiro (Edifício Máster), metalúrgicos que conviveram com o então sindicalista Luís Inácio Lula da Silva (Peões) entre vários outros. Autor de um dos filmes mais importantes do cinema documental brasileiro, Cabra marcado para morrer (1984), prêmio da crítica internacional do Festival de Berlim, melhor filme no Festival du Réel, em Paris, e no de Havana, entre muitos outros. Estudou cinema no Institut des Hautes Études Cinematographiques (IDHEC) de Paris, em meados dos anos 50, e voltou ao Brasil em 1960, e se engajou no Cinema Novo. Começou como gerente de produção de Cinco vezes favela (1962) e como cor roteirista de A falecida (1965), de Leon Hirszman. Em 1962, iniciou e viu interrompida, pelo golpe militar, as filmagens de Cabra marcado para morrer (que só seria retomado em 1980 e concluído em 1984). Em seguida, dirigiu três filmes de ficção: O pacto, episódio do longa-metragem ABC do amor (1966), O homem que comprou o mundo (1968) e Faustão (1970). Dirigiu documentários para o Globo Repórter, entre eles Seis dias de Ouricuri (1976), Teodorico, o imperador do sertão (1978) e Exu, uma tragédia sertaneja (1979). A partir dos anos 80, passou à direção de documentários, entre eles, Volta Redonda, memorial da greve (1989), Boca do lixo (1994), Babilônia 2000 (2000) e Edifício Máster (2002). O longa Moscou (2009) – que retrata o processo de ensaio de uma peça pelo grupo Galpão –, recebeu o prêmio da crítica de melhor filme documentário do Festival Paulínia de Cinema, em 2009.
Eduardo Coutinho cursou Direito em São Paulo, mas não concluiu. Em 1954, aos 21 anos, teve seu primeiro contato com cinema no Seminário promovido pelo MASP e dirigido por Marcos Marguliès. Trabalhou como revisor na revista Visão (1954-57) e dirigiu, no teatro, uma montagem da peça infantil Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado. Ganhou um concurso de televisão respondendo perguntas sobre Charles Chaplin. Com o dinheiro do prêmio, foi para a França estudar direção e montagem no IDHEC, onde realizou seus primeiros documentários. De volta ao Brasil em 1960, teve contato com o grupo do Cinema novo e integrou-se ao Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC da UNE). No núcleo dirigido por Chico de Assis, trabalhou na montagem da peça Mutirão em Nosso Sol, apresentada no I Congresso dos Trabalhadores Agrícolas que aconteceu em Belo Horizonte em 1962. Foi gerente de produção do primeiro filme produzido pelo CPC, o longa-metragem de episódios Cinco Vezes Favela. Escolhido para dirigir a segunda produção do CPC, Coutinho começou a trabalhar num projeto de ficção baseado em fatos reais, reconstituindo o assassinato do líder das Ligas Camponesas João Pedro Teixeira, a ser interpretado pelos próprios camponeses do Engenho Galiléia, no interior de Pernambuco, inclusive a viúva de João Pedro Teixeira, Elizabeth Teixeira, que faria o seu próprio papel. O filme se chamaria Cabra Marcado para Morrer, e chegou a ter duas semanas de filmagens, até o Golpe Militar de 1964. Parte da equipe foi presa sob a alegação de comunismo e o restante se dispersou, interrompendo a realização do filme por quase 20 anos.
Em Abril de 1962 inicia-se a produção de: Cabra Marcado Para Morrer, dirigido por Eduardo Coutinho, o filme inicia com uma musica mostrando um país subdesenvolvido, na temática fílmica mostra a população suburbana e crianças trabalhando o que não é muito diferente de hoje, o que mostra o poder apenas nas mãos de poucos, esse que contaria a história política do líder da liga camponesa de Sapé (Paraíba), João Pedro Teixeira, assassinado em 1962. No entanto, com o golpe de 31 de março, as forças militares cercam a locação no engenho da Galiléia e interrompem as filmagens. No enterro de João Pedro Teixeira, Elisabeth Teixeira sua esposa, compareceu com seis dos seus nove filhos, os trabalhadores se reuniram em frente à liga camponesa de sapé, sendo na época a maior do nordeste, com mais de sete mil sócios.
João Pedro Teixeira morreu com quarenta e quatro anos de idade, ele e todos os outros membros da liga, lutavam por direitos trabalhistas e por uma melhor qualidade de vida no campo. Em 15 de janeiro de 1964, houve um conflito entre policias e trabalhadores de uma usina e camponeses no povoado Sapé, onze pessoas morreram nesse conflito e a região foi ocupada por policiais, o que se tornou impossível a realização da filmagem no local. Foi no engenho Galiléia em Pernambuco aonde tinha nascido à primeira liga camponesa em 1955, que Eduardo Coutinho continua a filmagem. Em 26 de fevereiro de 1964, foi iniciada a primeira tomada do filme com camponeses que acabara de conseguir suas terras após quatro anos de luta. João Mariano, que fez o papel de João Pedro Teixeira, não era de Galiléia, no projeto de filmagem com os participantes originais, só restaram Elisabeth e seus filhos. Em 01 de Abril de 1964, o trabalho foi interrompido, Galiléia foi invadida pelo exército, os principais lideres camponeses e alguns membros da equipe também foram presos, mas alguns conseguiram fugir para Recife, nesse período todos os materiais da filmagem foram aprendidos, mais a maior parte das filmagem foram salva por ter sido enviado antes para o laboratório no Rio de Janeiro. Só em Fevereiro de 1981, foi possível o retorno as filmagem, apenas dois camponeses que iniciaram o filme estão vivos, José Hortêncio da Cruz e João Virgíneo Silva.
O começo da narrativa de um dos camponeses narra a lutar que todos da região vivem, o dilema de enterrar os parentes mortos, aonde só tinha um caixão na prefeitura para servir a comunidade, o caixão servia apenas para levar o corpo ao cemitério e logo teria que devolver o caixão à prefeitura, o famoso “Nono”. Galiléia era divida em lotes nos quais moram 150 famílias que pagavam anualmente ao dono do engenho para poder usar a terra. O dono do engenho decidiu expulsar todos os moradores de Galiléia após descobrir que a liga não se preocupavam apenas com os votos, mais tinha outras lutas para conquistar. Logo os moradores dessa liga decidiram contratar um advogado para representar os camponeses. A desapropriação por interesse social de Galiléia foi feita em Dezembro de 1959 através de justa e prévia em dinheiro como previa a constituição, mas ate hoje os camponeses não tem as escritura de suas terras.   
Dezessete anos depois, o diretor Eduardo Coutinho volta à região e reencontra a viúva de João Pedro, Elisabeth Teixeira -- que até então vivia na clandestinidade e muitos dos outros camponeses que haviam atuado no filme antes brutalmente interrompido.
As Ligas Camponesas vinham sendo criadas desde meados dos anos 50 com o objetivo de conscientizar e mobilizar o trabalhador rural na defesa da reforma agrária. Durante o governo de João Goulart (1961-64), o número dessas associações cresceu muito e, junto com elas, também se multiplicavam os sindicatos rurais. Os camponeses, organizados nessas ligas ou em sindicatos ganharam mais força política para exigir melhores condições de vida e de trabalho.
A renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, após apenas sete meses de governo, abriu uma grave crise política, já que seu vice, João Goulart, não era aceito pela UDN e pelos militares, que o acusavam de promover agitação social e de ser simpático ao comunismo. Assim como esses setores eram contrários à posse de Jango, existiam outros que defendiam o cumprimento da Constituição, como o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola.
O impasse foi resolvido com a adoção do regime parlamentarista de governo, aprovado pelo Congresso. Com esse regime, Jango era apenas chefe de Estado, sendo que o poder efetivo de decisão estava nas mãos de um primeiro-ministro escolhido pelos deputados e senadores. Iniciava-se assim um dos períodos mais obscuros da história do Brasil, com 21 anos de ditadura militar que promoveu uma violenta onda de repressão sobre os movimentos de oposição, além de ter gerado uma menor concentração de renda, agravando a questão social, produzindo mais fome e miséria. Os "anos de chumbo" da ditadura ocorreram após o AI5 (Ato Institucional número 5), no final do governo Costa e Silva (1968), estendendo-se por todo governo Médici (1969-1974).
Diante da crise econômica, o regime parlamentarista imposto pelos conservadores, se mostrava ineficiente, com a sucessão de vários primeiros-ministros, sem que a crise fosse atenuada. Esse cenário fortalecerá o restabelecimento do presidencialismo, conquistado através de um plebiscito em 06 de janeiro de 1963. Reassumindo a plenitude de seus poderes, Jango lançou as reformas de base apoiadas por grupos nacionalistas e de esquerda. Elas incluíam a reforma agrária, a reforma do sistema bancário, a reforma tributária e a reforma eleitoral.
Muitos comícios foram organizados em apoio às reformas, destacando-se um comício-gigante realizado na Central do Brasil do Rio de Janeiro em 13 de março. A mobilização popular nos comícios assustava as elites que, articuladas com as forças armadas e apoiadas pelos setores mais conservadores da Igreja, desferiram um golpe de Estado em 31 de março de 1964.
No retorno a Galiléia, a equipe do filme organizou o material que restou das filmagens de 1962 e 64, para mostrar aos moradores de Galiléia, os atores do filme eram convidados especiais para essa projeção. O que mais interessava aos atores eram identificar os mesmos, dezessete anos mais novos. O filme mostra a vida dos moradores da Galiléia e também dos ex-participantes do filme que se encontra em outros estados, trabalhando em fabricas. Um dos únicos atores que sabiam ler e que morava em Galiléia era Cícero e que também foi assistente de produção do filme. Elisabeth Teixeira estava desaparecida desde 64, ninguém sabia onde ela estava, o único que sabia era Abraão seu filho mais velho, que também é jornalista, Abraão morava em Patos no sertão da Paraíba, depois de quatro hora de viagem chagaram a São Rafael, onde Elisabeth morava com seu filho Carlos e ela tinha mudado o nome para Martha Maria da Costa.
Elisabeth Teixeira casou com João Pedro em 1942, se conheceram em um barracão e depois fugiram, João Pedro trabalhava em um pedreira e logo depois começou a lutar pelos sindicatos rurais, depois foi para Paraíba e começou a fundar a liga camponesa de Sapé em 1958 e em 1962 ele foi assassinado, moravam no sitio do pai de Elisabeth, ele sabia ler e escrever, era de religião Evangélica, e Elisabeth era Católica.
João Pedro Teixeira foi morto em uma emboscada no dia 02 de Abril de 1962, por dois soldados da policia militar, um vaqueiro da fazenda do latifundiário Agnaldo Veloso Borges, suplente de deputado estadual, o juiz de Sapé decretou a prisão preventiva de Agnaldo apontado como um dos mandantes do crime, este se livrou da prisão e do processo assumindo uma cadeira na assembléia legislativa do estado de Pernambuco, Agnaldo era o quinto suplente, um deputado e quatro suplentes renunciaram no mesmo dia para Agnaldo tomar posse. Em março de 1965, os dois policiais que mataram João Pedro foram absorvidos por unanimidade pelo tribunal do júri.
João Mariano era o único dos atores que não tinha participação do movimento camponês, ele foi expulso do engenho estava desempregado e era participante de uma congregação de uma igreja Batista em Vitoria de Santo Antão. Ele falou dos movimentos das ligas camponesas, das lutas políticas e por terras entre muitos produtores rurais.
Após a morte de João Pedro, Elisabeth foi para Brasília depor na comissão de inquérito, foi presa por varias vezes, liderou a liga, mais logo deixou a liga e saiu da cidade. O exército da Paraíba invadiu Galiléia a procura de três camponeses: João Virgíneo, Zezé e Rosário e também as pessoa que estavam filmando, pensando que esses fossem estrangeiros revolucionários que apoiavam os movimentos camponeses. Levaram todos os materiais de filmagem de Cabra Marcado para Morrer, e tudo que eles encontravam, restando apenas uma câmara que foi enterrada, e dois livros que ficaram na casa de um morador de Galiléia, e nessa invasão alguns dos integrantes da equipe de filmagem foram presos. O exército queria armas que supostamente os moradores da região tinham para fazer a revolução, entregue pelos comunistas Cubanos. No depoimento o morador falou aos policiais que o que eles tinham era fome, doenças e precisavam apenas de terras para trabalhar e não armas para brigar e matar. Mostrando assim que trabalhadores lutar apenas com as mãos e com a voz, mais como são fracos ficam sempre sem serem ouvidos, e no mesmo depoimento ele aponta aos policiais quem tem armas na região, os dois fazendeiros, dizendo ele, esses dois têm muitas armas, vá lá pegar, pois esses têm muitas armas eles são cangaceiros, e os policiais retomam dizendo, essas armas que eles têm são deles, queremos as tuas, nos contaram que vocês têm mais de cinco mil armas para fazer a revolução.
João Virgíneo passou sete dias escondido, quando não pode mais, ele se entregou e passou seis anos preso, ficou sendo submetido à humilhação, perdeu um olho e ficou surdo de um ouvido de tanto apanhar, ficou vinte e quatro horas dentro de uma força, perdeu um carro para os policiais e muito mais, condenado a dez anos e seis meses de prisão João Virgíneo foi solto em 1970, após cumprir seis anos de sua pena, a casa de detenção do Recife foi desativada e transformada em casa da cultura em 1976.
No dia 3 de abril de 1964, uma semana antes da prisão de João Virgíneo, Elisabeth Teixeira fugiu para Recife juntamente com a equipe do filme, não podendo voltar para Sapé, aonde seria presa, Elisabeth mudou o seu nome para Marta, refugio-se na casa de Manoel Sarafim em Japoatão, fez passa por cunhada de Manoel Sarafim, não saia de casa, dois meses depois ela se entregou as autoridade da Paraíba, ficou presa por quatro meses e depois foi morar na casa do pai. Logo após ser solta, os policiais voltaram procurar para prender, ela sabendo que iria ser torturada, fugiu com Carlos o seu filho mais novo. Em setembro de 1964, logo após a libertação de Elisabeth, João Alfredo Dias (o negro Juba) e Pedro Inácio de Araujo, fundadores da liga de Sapé desapareceram logo depois de saírem da prisão, três dias depois do desaparecimento um jornal informava que dois corpos foram encontrados mutilados em uma estada do interior da Paraíba, tratavam de execução do esquadrão da morte, os corpos nunca foram identificados. Em 1962, as perseguições não se limitavam apenas a João Pedro e Elisabeth, três meses depois do assassinato de João Pedro, João Pedro seu filho sofreu um atentado levando três tiros chegando a falecer. Em dezembro de 1962, oitos meses após a morte de João Pedro Teixeira, Marluci a filha mais velha morreu de ressentimento da morte do pai, tomou arsênico. Oito filhos de Elisabeth foram criados por familiares de Elisabeth, (pais e tios), Abrão morava na capital aonde estudava e Isaac morava em Cuba desde 1963, como bolsista do governo cubano. Após a descoberta onde Elisabeth morava, ela retornou para Sapé para encontrar os seus outros filhos.
João Pedro Teixeira nasceu em uma cidade chamada Guarabira, foi enterrado no cemitério de Sapé, no seu tumulo não se encontra nada escrito, mais na cruz colocada a beira da estada aonde ele morreu, estar escrito: “Aqui jaz João Pedro Teixeira, marco da Reforma Agrária”, nada se sabe sobre a infância deste e ele ficou órfão de pai e mãe logo cedo, não tem se que uma fotografia dele vivo.
Em 1981, dezessete anos após a fuga de Elisabeth, o produtor do filme começa a procurar dos filhos de Elisabeth, entrevistando cada um. O pai de Elisabeth o Sr. Manoel Justino da Costa, entrou em conflito com João Pedro Teixeira, por cauda de uma pequena propriedade que o Sr. Manoel fendeu a um comerciante, onde João Pedro Teixeira morava com a família, cortando assim as relações familiares. João Pedro Teixeira lutou na justiça pelos direitos de continuar morando no sitio ou de ser indenizado pelas benfeitorias.  A primeira a ser entrevistada foi Maria das Neves Altina Teixeira, conhecida como “Nevinha”, era professora do grupo escolar e morava próximo da casa do avô. Outro entrevistado foi João Pedro Teixeira Filho o “Peta”. Em outubro de 1981, foi entrevistada no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Caxias do Sul, baixada Fluminense, outra filha, a Marta, dando continuidade com o filho que moravam em Cuba, Isaac Teixeira estudante de medicina, atreves de uma equipe de televisão local a pedido do produto desse filme. Outro filho o José Eldes, foi entrevistado em maio de 1982, no local de trabalho, uma fabrica, após algumas exigências feitas ao produtor.  No mesmo dia no bairro de Olaria no estado do Rio de Janeiro foi entrevistada outra filha a Marines. Todos em seus depoimentos relataram as lutas, o abandono por parte da mãe, por não poder criar todos os filhos, a família na hora da precisão não apoiaram fazendo com que muitos fossem moram em outros estados, mais que todos tinham os mesmos desejos de poder encontrar a mãe e os irmãos.
Na ultima entrevista com Elisabeth, na cidade de São Rafael, cidade esta em extinção pelo fato do departamento nacional de obras contra a seca, ira criar uma represa na qual a cidade será inundada pelas águas, e a população estar lutando na justiça por melhor indenização de suas casas, pois os pequenos proprietários por não terem os títulos de apropriação de suas terras, acham injustos os valores indenizatórios de suas propriedades, o sindicato rural estar lutando junto aos proprietários.
Ao final da entrevista vários novos amigos de Elisabeth falaram sobre a amizade, o modo de vida que levava com os vizinhos e como ela ensinava ao filhos e ajudava a comunidade, Elisabeth comentava sobre o sindicato rural de São Rafael,  ajudando ao presidente desse sindicato, a perseguição dos latifundiários e políticos aos sindicatos por todo o Brasil. Elisabeth comentou sobre a emoção das filmagem, o reencontro que iria fazer com  os filhos e com os pais. Elisabeth após um mês das gravações deixou São Rafael e foi mora em Patos na Paraíba com seus filhos Abrão e Carlos, e até junho de 1983, Elisabeth só tinha conseguido reencontrar com dois dos seus oito filhos, Nevinha e Peta, ambos morando em Sapé.
O filme mostra o período da ditadura militar, o sofrimento das pessoas pobres, camponeses e industriários lutando por melhores condições de vida e salários, período esses que mostra a lutas pelos sindicatos e ligas camponesas sofrendo perseguições pelos políticos e latifundiários, mostrando que nesse país manda a classe oligárquica, mas que a massa não se cala e vai à luta por melhores condições de vida.

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