quinta-feira, 3 de maio de 2012

Linguagem Cinematográfica - Memórias do Cárcere


Argumento: 
Memórias do Cárcere é um longa-metragem com mais de duas horas de projeção. Tem por base livro de dois volumes, num total de mais de seiscentas e cinqüenta páginas. A temática é complexa e possibilita realização de diferentes tipos de pesquisas exploratórias. A narrativa fílmica inicial é semelhantemente à do livro, com a perseguição do governo Vargas sofrida pelo autor enquanto secretário da Instrução Pública de Alagoas. Entretanto não é um relato das memórias de Graciliano.  A experiência do autor é retratada de maneira individual, cuja polifonia dos outros personagens funciona como instrumento para ainda mais enaltecê-lo.

Cena: 
O filme Memórias tenta fazer uma reconstrução da trajetória de dez meses de encarceramento de Graciliano Ramos, as cenas na prisão de Recife, no porão do navio de Manaus, a  nova prisão do Rio de Janeiro e a Colônia penal da Ilha Grande.

Sequência:
Por ser um filme que abrange uma dimensão ímpar, isso dificulta o estudo de direcionamento do foco escolhido, considerando suas muitas sequências. No entanto, o filme começa com a sua perseguição pelo governo Vargas e a repressão da polícia. A trajetória pelos presídios foi retratada pelo intercalar de planos em close up e de conjunto, ora enfocando Graciliano, ora enfocando conjunto de presos no decorrer das seqüências: Porão do Navio Manaus e presídios do Rio de Janeiro. A ênfase na trajetória do personagem principal, da entrada à saída do cárcere, confirma sua decisão de documentar tudo aquilo.

Personagens:
Na obra cinematográfica os personagens adquirem um perfil ideológico no decorrer das ações, o que é uma característica de Graciliano Ramos, no livro os personagens somam-se mais de 300 mas para o filme alguns personagens foram fundidos ou excluídos.

Foco Narrativo: 
No decorrer das cenas há um narrador off de maneira a omitir por muitas vezes  fala do personagem principal interpretado pelo ator Carlos Vereza, completando as impressões do espectador pelo enquadramento de cenas e pelas falas de outros personagens, reduzidos no filme à um terço dos da obra literária  por questão de viabilidade cinematográfica.
            
Linguagens: 
       O filme possui a troca de cartas entre os detentos que troavam de prisão para ser levado para alguém, o próprio livro escrito por Graciliano Ramos “Angústia” (1936) como uma linguagem.

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