Cabra Marcado Para Morrer - Resenha.
CABRA MARCADO PARA MORRER
Direção: Eduardo Coutinho.
Ano de produção: 1962 – 1984
Lançamento do filme: 1984
Editora: Globo filmes
Duração do filme: 154 minutos
Narração: Ferreira Gullar, Tite
Lemos e Eduardo Coutinho
ELENCO: Elisabeth Teixeira e
família, João Virgíneo da Silva e os habitantes de Galiléia (Pernambuco).
Eduardo
de Oliveira Coutinho nasceu em São Paulo, 11 de maio de 1933, é cineasta,
considerado um dos mais importantes documentaristas da atualidade. Seu trabalho
caracteriza-se pela sensibilidade e pela capacidade de ouvir o outro,
registrando sem sentimentalismos as emoções e aspirações das pessoas comuns,
sejam camponeses diante de processos históricos (Cabra Marcado para Morrer),
moradores de um enorme condomínio de baixa classe média no Rio de Janeiro
(Edifício Máster), metalúrgicos que conviveram com o então sindicalista Luís
Inácio Lula da Silva (Peões) entre vários outros. Autor de um dos filmes mais
importantes do cinema documental brasileiro, Cabra marcado para morrer (1984),
prêmio da crítica internacional do Festival de Berlim, melhor filme no Festival
du Réel, em Paris, e no de Havana, entre muitos outros. Estudou cinema no
Institut des Hautes Études Cinematographiques (IDHEC) de Paris, em meados dos
anos 50, e voltou ao Brasil em 1960, e se engajou no Cinema Novo. Começou como
gerente de produção de Cinco vezes favela (1962) e como cor roteirista de A
falecida (1965), de Leon Hirszman. Em 1962, iniciou e viu interrompida, pelo
golpe militar, as filmagens de Cabra marcado para morrer (que só seria retomado
em 1980 e concluído em 1984). Em seguida, dirigiu três filmes de ficção: O
pacto, episódio do longa-metragem ABC do amor (1966), O homem que comprou o
mundo (1968) e Faustão (1970). Dirigiu documentários para o Globo Repórter,
entre eles Seis dias de Ouricuri (1976), Teodorico, o imperador do sertão
(1978) e Exu, uma tragédia sertaneja (1979). A partir dos anos 80, passou à
direção de documentários, entre eles, Volta Redonda, memorial da greve (1989),
Boca do lixo (1994), Babilônia 2000 (2000) e Edifício Máster (2002). O longa
Moscou (2009) – que retrata o processo de ensaio de uma peça pelo grupo Galpão
–, recebeu o prêmio da crítica de melhor filme documentário do Festival
Paulínia de Cinema, em 2009.
Eduardo
Coutinho cursou Direito em São Paulo, mas não concluiu. Em 1954, aos 21 anos,
teve seu primeiro contato com cinema no Seminário promovido pelo MASP e
dirigido por Marcos Marguliès. Trabalhou como revisor na revista Visão
(1954-57) e dirigiu, no teatro, uma montagem da peça infantil Pluft, o
Fantasminha, de Maria Clara Machado. Ganhou um concurso de televisão
respondendo perguntas sobre Charles Chaplin. Com o dinheiro do prêmio, foi para
a França estudar direção e montagem no IDHEC, onde realizou seus primeiros
documentários. De volta ao Brasil em 1960, teve contato com o grupo do Cinema
novo e integrou-se ao Centro Popular de Cultura da União Nacional dos
Estudantes (CPC da UNE). No núcleo dirigido por Chico de Assis, trabalhou na
montagem da peça Mutirão em Nosso Sol, apresentada no I Congresso dos
Trabalhadores Agrícolas que aconteceu em Belo Horizonte em 1962. Foi gerente de
produção do primeiro filme produzido pelo CPC, o longa-metragem de episódios
Cinco Vezes Favela. Escolhido para dirigir a segunda produção do CPC, Coutinho
começou a trabalhar num projeto de ficção baseado em fatos reais, reconstituindo
o assassinato do líder das Ligas Camponesas João Pedro Teixeira, a ser
interpretado pelos próprios camponeses do Engenho Galiléia, no interior de
Pernambuco, inclusive a viúva de João Pedro Teixeira, Elizabeth Teixeira, que
faria o seu próprio papel. O filme se chamaria Cabra Marcado para Morrer, e
chegou a ter duas semanas de filmagens, até o Golpe Militar de 1964. Parte da
equipe foi presa sob a alegação de comunismo e o restante se dispersou,
interrompendo a realização do filme por quase 20 anos.
Em
Abril de 1962 inicia-se a produção de: Cabra Marcado Para Morrer, dirigido por
Eduardo Coutinho, o filme inicia com uma musica mostrando um país
subdesenvolvido, na temática fílmica mostra a população suburbana e crianças
trabalhando o que não é muito diferente de hoje, o que mostra o poder apenas
nas mãos de poucos, esse que contaria a história política do líder da liga
camponesa de Sapé (Paraíba), João Pedro Teixeira, assassinado em 1962. No
entanto, com o golpe de 31 de março, as forças militares cercam a locação no
engenho da Galiléia e interrompem as filmagens. No enterro de João Pedro
Teixeira, Elisabeth Teixeira sua esposa, compareceu com seis dos seus nove
filhos, os trabalhadores se reuniram em frente à liga camponesa de sapé, sendo
na época a maior do nordeste, com mais de sete mil sócios.
João
Pedro Teixeira morreu com quarenta e quatro anos de idade, ele e todos os
outros membros da liga, lutavam por direitos trabalhistas e por uma melhor
qualidade de vida no campo. Em 15 de janeiro de 1964, houve um conflito entre
policias e trabalhadores de uma usina e camponeses no povoado Sapé, onze
pessoas morreram nesse conflito e a região foi ocupada por policiais, o que se
tornou impossível a realização da filmagem no local. Foi no engenho Galiléia em
Pernambuco aonde tinha nascido à primeira liga camponesa em 1955, que Eduardo
Coutinho continua a filmagem. Em 26 de fevereiro de 1964, foi iniciada a
primeira tomada do filme com camponeses que acabara de conseguir suas terras
após quatro anos de luta. João Mariano, que fez o papel de João Pedro Teixeira,
não era de Galiléia, no projeto de filmagem com os participantes originais, só
restaram Elisabeth e seus filhos. Em 01 de Abril de 1964, o trabalho foi
interrompido, Galiléia foi invadida pelo exército, os principais lideres
camponeses e alguns membros da equipe também foram presos, mas alguns
conseguiram fugir para Recife, nesse período todos os materiais da filmagem
foram aprendidos, mais a maior parte das filmagem foram salva por ter sido
enviado antes para o laboratório no Rio de Janeiro. Só em Fevereiro de 1981,
foi possível o retorno as filmagem, apenas dois camponeses que iniciaram o
filme estão vivos, José Hortêncio da Cruz e João Virgíneo Silva.
O
começo da narrativa de um dos camponeses narra a lutar que todos da região
vivem, o dilema de enterrar os parentes mortos, aonde só tinha um caixão na
prefeitura para servir a comunidade, o caixão servia apenas para levar o corpo
ao cemitério e logo teria que devolver o caixão à prefeitura, o famoso “Nono”.
Galiléia era divida em lotes nos quais moram 150 famílias que pagavam
anualmente ao dono do engenho para poder usar a terra. O dono do engenho
decidiu expulsar todos os moradores de Galiléia após descobrir que a liga não
se preocupavam apenas com os votos, mais tinha outras lutas para conquistar.
Logo os moradores dessa liga decidiram contratar um advogado para representar
os camponeses. A desapropriação por interesse social de Galiléia foi feita em
Dezembro de 1959 através de justa e prévia em dinheiro como previa a
constituição, mas ate hoje os camponeses não tem as escritura de suas
terras.
Dezessete
anos depois, o diretor Eduardo Coutinho volta à região e reencontra a viúva de
João Pedro, Elisabeth Teixeira -- que até então vivia na clandestinidade e
muitos dos outros camponeses que haviam atuado no filme antes brutalmente
interrompido.
As
Ligas Camponesas vinham sendo criadas desde meados dos anos 50 com o objetivo
de conscientizar e mobilizar o trabalhador rural na defesa da reforma agrária.
Durante o governo de João Goulart (1961-64), o número dessas associações
cresceu muito e, junto com elas, também se multiplicavam os sindicatos rurais.
Os camponeses, organizados nessas ligas ou em sindicatos ganharam mais força
política para exigir melhores condições de vida e de trabalho.
A
renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, após apenas sete meses de
governo, abriu uma grave crise política, já que seu vice, João Goulart, não era
aceito pela UDN e pelos militares, que o acusavam de promover agitação social e
de ser simpático ao comunismo. Assim como esses setores eram contrários à posse
de Jango, existiam outros que defendiam o cumprimento da Constituição, como o
governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola.
O
impasse foi resolvido com a adoção do regime parlamentarista de governo,
aprovado pelo Congresso. Com esse regime, Jango era apenas chefe de Estado,
sendo que o poder efetivo de decisão estava nas mãos de um primeiro-ministro
escolhido pelos deputados e senadores. Iniciava-se assim um dos períodos mais
obscuros da história do Brasil, com 21 anos de ditadura militar que promoveu
uma violenta onda de repressão sobre os movimentos de oposição, além de ter
gerado uma menor concentração de renda, agravando a questão social, produzindo
mais fome e miséria. Os "anos de chumbo" da ditadura ocorreram após o
AI5 (Ato Institucional número 5), no final do governo Costa e Silva (1968),
estendendo-se por todo governo Médici (1969-1974).
Diante
da crise econômica, o regime parlamentarista imposto pelos conservadores, se
mostrava ineficiente, com a sucessão de vários primeiros-ministros, sem que a
crise fosse atenuada. Esse cenário fortalecerá o restabelecimento do
presidencialismo, conquistado através de um plebiscito em 06 de janeiro de
1963. Reassumindo a plenitude de seus poderes, Jango lançou as reformas de base
apoiadas por grupos nacionalistas e de esquerda. Elas incluíam a reforma
agrária, a reforma do sistema bancário, a reforma tributária e a reforma
eleitoral.
Muitos
comícios foram organizados em apoio às reformas, destacando-se um
comício-gigante realizado na Central do Brasil do Rio de Janeiro em 13 de
março. A mobilização popular nos comícios assustava as elites que, articuladas
com as forças armadas e apoiadas pelos setores mais conservadores da Igreja,
desferiram um golpe de Estado em 31 de março de 1964.
No
retorno a Galiléia, a equipe do filme organizou o material que restou das
filmagens de 1962 e 64, para mostrar aos moradores de Galiléia, os atores do
filme eram convidados especiais para essa projeção. O que mais interessava aos
atores eram identificar os mesmos, dezessete anos mais novos. O filme mostra a
vida dos moradores da Galiléia e também dos ex-participantes do filme que se
encontra em outros estados, trabalhando em fabricas. Um dos únicos atores que
sabiam ler e que morava em Galiléia era Cícero e que também foi assistente de
produção do filme. Elisabeth Teixeira estava desaparecida desde 64, ninguém
sabia onde ela estava, o único que sabia era Abraão seu filho mais velho, que
também é jornalista, Abraão morava em Patos no sertão da Paraíba, depois de
quatro hora de viagem chagaram a São Rafael, onde Elisabeth morava com seu
filho Carlos e ela tinha mudado o nome para Martha Maria da Costa.
Elisabeth
Teixeira casou com João Pedro em 1942, se conheceram em um barracão e depois
fugiram, João Pedro trabalhava em um pedreira e logo depois começou a lutar
pelos sindicatos rurais, depois foi para Paraíba e começou a fundar a liga
camponesa de Sapé em 1958 e em 1962 ele foi assassinado, moravam no sitio do
pai de Elisabeth, ele sabia ler e escrever, era de religião Evangélica, e
Elisabeth era Católica.
João
Pedro Teixeira foi morto em uma emboscada no dia 02 de Abril de 1962, por dois
soldados da policia militar, um vaqueiro da fazenda do latifundiário Agnaldo
Veloso Borges, suplente de deputado estadual, o juiz de Sapé decretou a prisão
preventiva de Agnaldo apontado como um dos mandantes do crime, este se livrou
da prisão e do processo assumindo uma cadeira na assembléia legislativa do
estado de Pernambuco, Agnaldo era o quinto suplente, um deputado e quatro
suplentes renunciaram no mesmo dia para Agnaldo tomar posse. Em março de 1965,
os dois policiais que mataram João Pedro foram absorvidos por unanimidade pelo
tribunal do júri.
João
Mariano era o único dos atores que não tinha participação do movimento
camponês, ele foi expulso do engenho estava desempregado e era participante de
uma congregação de uma igreja Batista em Vitoria de Santo Antão. Ele falou dos
movimentos das ligas camponesas, das lutas políticas e por terras entre muitos
produtores rurais.
Após
a morte de João Pedro, Elisabeth foi para Brasília depor na comissão de
inquérito, foi presa por varias vezes, liderou a liga, mais logo deixou a liga
e saiu da cidade. O exército da Paraíba invadiu Galiléia a procura de três
camponeses: João Virgíneo, Zezé e Rosário e também as pessoa que estavam
filmando, pensando que esses fossem estrangeiros revolucionários que apoiavam
os movimentos camponeses. Levaram todos os materiais de filmagem de Cabra
Marcado para Morrer, e tudo que eles encontravam, restando apenas uma câmara
que foi enterrada, e dois livros que ficaram na casa de um morador de Galiléia,
e nessa invasão alguns dos integrantes da equipe de filmagem foram presos. O
exército queria armas que supostamente os moradores da região tinham para fazer
a revolução, entregue pelos comunistas Cubanos. No depoimento o morador falou
aos policiais que o que eles tinham era fome, doenças e precisavam apenas de
terras para trabalhar e não armas para brigar e matar. Mostrando assim que
trabalhadores lutar apenas com as mãos e com a voz, mais como são fracos ficam
sempre sem serem ouvidos, e no mesmo depoimento ele aponta aos policiais quem
tem armas na região, os dois fazendeiros, dizendo ele, esses dois têm muitas
armas, vá lá pegar, pois esses têm muitas armas eles são cangaceiros, e os
policiais retomam dizendo, essas armas que eles têm são deles, queremos as
tuas, nos contaram que vocês têm mais de cinco mil armas para fazer a
revolução.
João
Virgíneo passou sete dias escondido, quando não pode mais, ele se entregou e
passou seis anos preso, ficou sendo submetido à humilhação, perdeu um olho e
ficou surdo de um ouvido de tanto apanhar, ficou vinte e quatro horas dentro de
uma força, perdeu um carro para os policiais e muito mais, condenado a dez anos
e seis meses de prisão João Virgíneo foi solto em 1970, após cumprir seis anos
de sua pena, a casa de detenção do Recife foi desativada e transformada em casa
da cultura em 1976.
No
dia 3 de abril de 1964, uma semana antes da prisão de João Virgíneo, Elisabeth
Teixeira fugiu para Recife juntamente com a equipe do filme, não podendo voltar
para Sapé, aonde seria presa, Elisabeth mudou o seu nome para Marta, refugio-se
na casa de Manoel Sarafim em Japoatão, fez passa por cunhada de Manoel Sarafim,
não saia de casa, dois meses depois ela se entregou as autoridade da Paraíba,
ficou presa por quatro meses e depois foi morar na casa do pai. Logo após ser
solta, os policiais voltaram procurar para prender, ela sabendo que iria ser
torturada, fugiu com Carlos o seu filho mais novo. Em setembro de 1964, logo
após a libertação de Elisabeth, João Alfredo Dias (o negro Juba) e Pedro Inácio
de Araujo, fundadores da liga de Sapé desapareceram logo depois de saírem da
prisão, três dias depois do desaparecimento um jornal informava que dois corpos
foram encontrados mutilados em uma estada do interior da Paraíba, tratavam de
execução do esquadrão da morte, os corpos nunca foram identificados. Em 1962,
as perseguições não se limitavam apenas a João Pedro e Elisabeth, três meses
depois do assassinato de João Pedro, João Pedro seu filho sofreu um atentado
levando três tiros chegando a falecer. Em dezembro de 1962, oitos meses após a
morte de João Pedro Teixeira, Marluci a filha mais velha morreu de
ressentimento da morte do pai, tomou arsênico. Oito filhos de Elisabeth foram
criados por familiares de Elisabeth, (pais e tios), Abrão morava na capital
aonde estudava e Isaac morava em Cuba desde 1963, como bolsista do governo
cubano. Após a descoberta onde Elisabeth morava, ela retornou para Sapé para
encontrar os seus outros filhos.
João
Pedro Teixeira nasceu em uma cidade chamada Guarabira, foi enterrado no
cemitério de Sapé, no seu tumulo não se encontra nada escrito, mais na cruz
colocada a beira da estada aonde ele morreu, estar escrito: “Aqui jaz João
Pedro Teixeira, marco da Reforma Agrária”, nada se sabe sobre a infância deste
e ele ficou órfão de pai e mãe logo cedo, não tem se que uma fotografia dele
vivo.
Em
1981, dezessete anos após a fuga de Elisabeth, o produtor do filme começa a procurar
dos filhos de Elisabeth, entrevistando cada um. O pai de Elisabeth o Sr. Manoel
Justino da Costa, entrou em conflito com João Pedro Teixeira, por cauda de uma
pequena propriedade que o Sr. Manoel fendeu a um comerciante, onde João Pedro
Teixeira morava com a família, cortando assim as relações familiares. João
Pedro Teixeira lutou na justiça pelos direitos de continuar morando no sitio ou
de ser indenizado pelas benfeitorias. A
primeira a ser entrevistada foi Maria das Neves Altina Teixeira, conhecida como
“Nevinha”, era professora do grupo escolar e morava próximo da casa do avô.
Outro entrevistado foi João Pedro Teixeira Filho o “Peta”. Em outubro de 1981,
foi entrevistada no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Caxias do Sul,
baixada Fluminense, outra filha, a Marta, dando continuidade com o filho que
moravam em Cuba, Isaac Teixeira estudante de medicina, atreves de uma equipe de
televisão local a pedido do produto desse filme. Outro filho o José Eldes, foi
entrevistado em maio de 1982, no local de trabalho, uma fabrica, após algumas
exigências feitas ao produtor. No mesmo
dia no bairro de Olaria no estado do Rio de Janeiro foi entrevistada outra
filha a Marines. Todos em seus depoimentos relataram as lutas, o abandono por
parte da mãe, por não poder criar todos os filhos, a família na hora da
precisão não apoiaram fazendo com que muitos fossem moram em outros estados,
mais que todos tinham os mesmos desejos de poder encontrar a mãe e os irmãos.
Na
ultima entrevista com Elisabeth, na cidade de São Rafael, cidade esta em
extinção pelo fato do departamento nacional de obras contra a seca, ira criar
uma represa na qual a cidade será inundada pelas águas, e a população estar
lutando na justiça por melhor indenização de suas casas, pois os pequenos proprietários
por não terem os títulos de apropriação de suas terras, acham injustos os
valores indenizatórios de suas propriedades, o sindicato rural estar lutando
junto aos proprietários.
Ao
final da entrevista vários novos amigos de Elisabeth falaram sobre a amizade, o
modo de vida que levava com os vizinhos e como ela ensinava ao filhos e ajudava
a comunidade, Elisabeth comentava sobre o sindicato rural de São Rafael, ajudando ao presidente desse sindicato, a
perseguição dos latifundiários e políticos aos sindicatos por todo o Brasil.
Elisabeth comentou sobre a emoção das filmagem, o reencontro que iria fazer
com os filhos e com os pais. Elisabeth
após um mês das gravações deixou São Rafael e foi mora em Patos na Paraíba com
seus filhos Abrão e Carlos, e até junho de 1983, Elisabeth só tinha conseguido
reencontrar com dois dos seus oito filhos, Nevinha e Peta, ambos morando em
Sapé.
O
filme mostra o período da ditadura militar, o sofrimento das pessoas pobres,
camponeses e industriários lutando por melhores condições de vida e salários,
período esses que mostra a lutas pelos sindicatos e ligas camponesas sofrendo
perseguições pelos políticos e latifundiários, mostrando que nesse país manda a
classe oligárquica, mas que a massa não se cala e vai à luta por melhores
condições de vida.